Publicado por: Amauri Nolasco Sanches Junior e Marley Cristina Felix Rodrigues | 24 de novembro de 2015

Nos porões do segmento

 

Quem nunca chegou a ficar um dia inteiro no chat de pessoas com deficiência num grande portal (não vou fazer propaganda)? Quem nunca teve a ideia de dar uma paquerada virtual para ver que rola? Eu sei de casais que sim, deram certo e até casaram dentro do mundo virtual e também, sei de casos de pessoas que tiveram suas vidas completamente arruinadas ou pessoas que simplesmente, sumiram e nunca mais apareceram. Como somos pessoas sub protegidas não só pela família, por motivos óbvios, somos protegidos também por entidades e por outros fatores, nossa maturidade vem muito tardiamente e ainda temos uma ideia romântica dos relacionamentos, até ver, que o importante é ser feliz. Muitos de nós, por culpas diversas colocadas dentro de nossas cabeças pela religião vigente, que nos coloca como “obra do diabo” ou coisa parecida.

Uma grande ilusão invade dentro desse segmento e isso é muito perigo, porque se cria um mundo que não se pode negar o que acontece mundo afora. Nada contra o mundo virtual, pois conheci amigos, conquistei certo destaque dentro da luta no mundo virtual, mas um grande vicio dentro desse mundo virtual igualzinho o filme Matrix. Mas existe ainda o porão que ninguém tem coragem de ir, onde tem os “devotos”, onde tem deficientes sem nenhuma razão de ser, existem até pessoas deficientes que fazem questão de destruir as conquistas dos outros. O que ganham com isso não sei, mas tudo isso vem de pensamentos que dominam essas pessoas e elas começam com animalidades sem fim porque o mundo (dentro de sua cabeça), não te respeitou e nunca vai respeitar. É errado ou certo esse tipo de pensamento? Não gosto muito de dizer que comportamentos e sentimentos são certos ou errados, mesmo o porque, até mesmo as pessoas deficientes tem todo o direito de escolher o seu caminho. O problema é quando essas escolhas prejudicam outras pessoas, num modo psicológico e até, num modo social. Porque envolve muita coisa e envolve muito sentimento, que a maioria das pessoas deficientes, são imaturas demais. Um “devoto”, por exemplo, pode usar o sentimento que as pessoas deficientes tem por ele para dominá-lo e colocar ela, em suas mãos ou pode descartar essa pessoa fazendo ter sofrimentos depressivos. Ou até mesmo as pessoas deficientes usarem outras para terem o que querem, depois largar ela a própria sorte. Quantos cadeirantes homens, que vi e presenciei os fatos, engravidaram outras pessoa deficiente e não quis assumir? Inúmeros deficientes fazem isso e é quase um tabu falar disso em blogs do tema.

As mulheres deficientes são assediadas muito mais do que mulheres sem deficiência, por serem imaturas ou ser mais fácil enganar e até, tocar por terem dificuldades de se defender. Alguém já tocou no assunto em algum blog de inclusão? Eu sempre gosto de tocar porque são coisa que me incomodam – pelo que vi e vivi e parece que ninguém viveu – porque o segmento se conforma com tão pouco e tão acomodados são. Mas por que acontece o assedio com pessoas que nem ao menos, a mulher deficiente deu trela? Será que foi a outra mulher que deu e o cara, generalizou a coisa? Estamos num país machista, estamos em uma realidade que um tem dó do outro, e muitas vezes, nem denuncia quem o fez ou quem abusou literalmente, as mulheres deficientes e por isso eu mexo nesse tema dentro do meu livro O Caminho. O assédio deixa marcas psicológicas profundas dentro do amago da mulher e é muito pior com a mulher com deficiência, porque são coisas que nunca se esquecem.

São coisas que acontecem no mundo de hoje que as pessoas ficaram sem sentimentos, ficaram sem moral, ficaram sem ética e não mais tem sentimentos verdadeiros e duradouros. Como disse Baumam, todos nossos valores ficaram líquidos porque não conseguimos superar esses valores e para superá-los, temos que nos encontrar, acontece que a maioria não se encontrou. A liberdade não é só beijar quem queira, é ir em qualquer lugar, liberdade é ter coragem de se descobrir enquanto ser humano. O problema não é a internet, o problema é que não descobrimos o porquê de se usar a internet, não se descobriu quem é o indivíduo que está atrás do computador usando, e a grosso modo, criamos sempre um personagem para nos espelhar. O “devoto” é um personagem, a mulher fatal é um personagem e o homem que cria um universo de “galo num galinheiro” que faz o assédio, é um personagem. Aliás, o homem que assedia sempre é um homem mal resolvido tanto na parte sexual, quanto na parte de se ver não mais em seus anos de ouro e por outro lado, existem mulheres deficientes que sim, dão bola para esse tipo de “macho alfa” e depois cai no ostracismo de dizer que todo homem é igual. Esse tipo de mulher é a mulher personagem, é a mulher que se veste de uma mulher que não existe, mulheres assim sempre nunca encontraram maneiras de se fazer valer na vida com trabalho ou realizar no amor. São as Alice`s num país das maravilhas que não existe. A pergunta é: quem é você? Quais suas perspectivas? Porque o mundo não vai parar para reencontrarmos nosso “eu” verdadeiro, nossa natureza mais intima.

Quando vamos crescer quanto pessoas e quando vamos parar de achar que o mundo é cor-de-rosa? Claro que o mundo não é só podridão, que não existem só pessoas maliciosas como uma depp web, mas existem períodos que temos que cair na real e não se fechar em crenças que mais nos humilham do que nos salvam, pensamentos ideológicos que mais nos escondem do que nos libertam, uma TV que não tem nada de útil, sentimentos e coisas que só te fazem sofrer. Por que tudo isso? Porque não se assumi a deficiência, se tem medo daquilo que não devemos ter medo, não devemos seguir coisas que não vão acrescentar nada, mas quando assumimos verdadeiramente como somos – não tirar foto pelado para todo mundo ver que somos resolvidos – mas ter a certeza que mesmo sendo deficientes, podemos sim ser feliz. Os porões do segmento das pessoas deficientes, só existe, porque não somos capazes de assumir verdadeiramente quem somos, verdadeiramente o que e quem gostamos, ter na essência a certeza que não somos um produto de um demônio, mas o amor infinito do Criador.

Amauri Nolasco Sanches Junior. 39, escritor/filosofo, escreveu Liberdade e Deficiência e O Caminho pela Amazon.

O Caminho e-book (aqui)
O Caminho livro físico (aqui) 


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